MARCHA DAS MARGARIDAS
CONTAG e entidades entregam reivindicações do movimento
A Marcha das Margaridas acontecerá em agosto, mas a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e as entidades parceiras do movimento entregaram a pauta de reivindicações ao governo federal e ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (21), em Brasília. O evento contou com a presença de ministras e ministros do governo, parlamentares, sindicalistas do campo e lideranças do movimento social. E foi iniciado com uma mística potente das Margaridas, com suas bandeiras, seus cantos, sonhos e lutas.
No documento, propostas organizadas em 13 eixos temáticos: Democracia participativa e soberania popular; Poder e participação política das mulheres; Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade; Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática; Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns; Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária; Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; e Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
A pauta foi entregue pela secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais. “De Margarida nos tornamos sementes. Em agosto, vamos realizar a 7ª Marcha das Margaridas. Nós nos guiamos pelos princípios do feminismo anticapitalista, antirracista e antipatriarcal. Um feminismo que valoriza a vida, vinculado à defesa da agroecologia, dos territórios, dos bens comuns e da soberania e autodeterminação dos povos”, anunciou, lembrando que a Marcha completa 23 anos e 40 anos do assassinato de Margarida Alves.
Mazé reforçou que as Margaridas representam milhares de mulheres, com realidades diferentes e produtoras de comida de verdade. “Somos guardiãs dos saberes populares. Somos constantemente colocadas na invisibilizadas social, econômica e culturalmente. E aqui estamos com a nossa pauta qualificada, com a contribuição de milhares de mulheres, propostas que vieram de todo o País. E esperamos que o diálogo e as negociações rendam bons frutos, pois era esse o nosso desejo: dialogar com um governo democrático e popular. Acreditamos que é possível mudar o mundo para mudar a vida das mulheres e mudar pelo bem viver”, destacou.
De acordo com o presidente da CONTAG, Aristides Santos, a presença de ministras e ministros mostra a força das Margaridas. “Nós homens também estamos nos reconstruindo ou desconstruindo, inclusive, para acabar com o machismo, com a violência e o preconceito. Precisamos trabalhar bem essa pauta para que o governo possa apresentar mais avanços no seu próximo orçamento e, para isso, precisamos convencer o Congresso Nacional”.
O movimento espera que sejam abertas as negociações com o Executivo e o Legislativo federais, e que a resposta seja apresentada durante a Marcha, nos dias 15 e 16 de agosto deste ano.
A MARCHA
A Marcha das Margaridas é a maior ação política de mulheres da América Latina com protagonismo das mulheres do campo, da floresta e das águas, coordenada pela CONTAG e 16 organizações parceiras. Nesta 7ª edição, a meta é reunir mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades de todos os estados brasileiros e de outros países em Brasília/DF, pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver.
com informações da CONTAG
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