IA NO TRABALHO
CTB Bahia avalia uso da tecnologia e negociação coletiva
O debate atual da Inteligência Artificial (IA) vai além das inovações que vemos em tecnologias que começam a ganhar corpo em todos os ramos de atividade e setores da sociedade. O movimento sindical começa a tratar a questão no âmbito das relações de trabalho, projetando para debater o tema nas negociações coletivas das campanhas salariais.
Da mesma forma que, ao passar dos anos e com as lutas sociais, temas como questão racial, saúde no ambiente de trabalho, direitos da mulher trabalhadora e da juventude passaram a incorporar cláusulas das convenções coletivas de muitas categorias.
Fato é que a Inteligência Artificial (IA) ganha importância no mundo do trabalho e que causa vários impactos nas empresas e na vida de trabalhadores e trabalhadoras. Um primeiro passo foi dado pelo Brasil, que dirige o G20, criando grupos de trabalho para debater temas específicos e relacionados à política e a economia, como o de trabalho (L20), mulheres (W20) e sociedade civil (C20), entre outros.
CTB TEM POSIÇÃO
Para o vice-presidente da CTB Bahia, o bancário Emanoel Souza, é essencial aprofundar esse debate nos dias atuais. “Para analisar as tendências dos impactos da IA no perfil da classe trabalhadora e na sua forma desenvolver suas atividades. Se o uso de novas tecnologias, em décadas, reduziu o número de funcionários nas empresas e precarizou a vida e o trabalho, a Inteligência Artificial poderá reduzir ainda mais e provocar novos fenômenos na sociedade”, pontua o dirigente, com a vivência no setor financeiro, que mais faz uso de novas tecnologias.
Segundo Emanoel, é um dos grandes desafios do movimento sindical na atualidade. “Temos que pautar a discussão nas negociações com o patronato, observando se já tem uso de IA nas empresas e como colocar cláusulas que protegem o trabalho e os trabalhadores. É o momento de debater sério a redução da jornada de trabalho, pois é possível se produzir produtos e serviços em menos horas com essas tecnologias. Precisamos exigir reciclagem, preparação e redistribuição dos funcionários dentro das empresas. O governo Lula precisa estabelecer o plano nacional do Brasil sobre o uso da Inteligência Artificial, para implementar políticas públicas que ajudem a desenvolver esse setor com autonomia e soberania do País”, destaca.
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