É NA MESMA MOEDA
CTB defende retaliação imediata aos EUA por taxação do aço
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos. Por sua vez, eles são o principal destino das exportações brasileiras do produto. O impacto da nova taxação anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump pode ser significativo para o setor siderúrgico nacional.
Embora o governo brasileiro tenha adotado cautela, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, critica a política de Trump e entende que o Brasil também deve definir uma taxação imediata para os EUA. Segundo o dirigente, o governo Lula deve responder rapidamente. O dirigente sindical defende que o Brasil adote uma posição firme, incluindo a taxação das big techs. “Se o governo Trump elevar as tarifas sobre aço e alumínio exportados pelo Brasil, o governo Lula deve reagir à altura. Somos a favor da imediata taxação das big techs, não se justifica a liberalidade com que são tratadas”, declarou.
Araújo alerta para os riscos de uma escalada protecionista global. “A política econômica do governo Trump tende a conduzir o mundo à guerra comercial generalizada. Isto vai agravar a crise do sistema capitalista internacional e não vai reverter a decadência dos EUA. É o caminho do inferno. Nosso rumo é outro: lutamos por uma nova ordem global efetivamente multilateral, sem hegemonismos e orientada para o desenvolvimento pacífico e sustentável das nações”, defendeu.
IMPACTO NO COMÉRCIO BILATERAL
Economistas lembram que a decisão de Donald Trump retoma medidas protecionistas adotadas em seu primeiro mandato. Na ocasião, as tarifas sobre o aço e o alumínio foram impostas, mas o Brasil conseguiu negociar cotas de isenção, assim como Canadá e México. Agora, caso a nova taxação entre em vigor, o Brasil poderá buscar novamente um acordo ou optar por medidas de retaliação.
Segundo a Administração de Comércio Internacional dos EUA mostram que o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para o país em 2024, ficando atrás apenas do Canadá. Dados do Instituto Aço Brasil mostram que, em 2023, os EUA foram o destino de 49% do aço exportado pelo Brasil. Diante desse cenário, a posição do governo brasileiro será crucial para determinar o futuro das relações comerciais com os EUA e a proteção da indústria nacional.
com informações da CTB Nacional
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