8 DE MARÇO, NOVOS DESAFIOS
Dieese mostra dados sobre a mulher no mercado de trabalho
Na celebração do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou um boletim especial com vários dados para reflexão coletiva. Os dados são do 3º trimestre de 2024, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC-IBGE). Eles possibilitam ver os caminhos para as mulheres, o movimento sindical e a sociedade vencerem os novos desafios.
O estudo Inicia resgatando os bons resultados do mercado de trabalho, devido ao crescimento de 3,5% do PIB, estão expressos na criação de 1,7 milhão de empregos com carteira, na queda do desemprego e no aumento recorde da massa salarial. Mas, constata as persistentes desigualdades entre mulheres e homens.
Elas continuam com as maiores taxas de desemprego, os menores salários e ainda acumulam tarefas domésticas, incluindo atividades relacionadas aos cuidados de outras pessoas, atribuição que muitas ainda realizam além dos limites dos próprios lares, como trabalho remunerado.
DESIGUALDADE EM NÚMEROS
>> Desde 2022, elas passaram à frente dos homens na chefia dos lares, sendo responsáveis por 52% dos domicílios. Nos lares monoparentais (um adulto com os filhos, sem a presença de um cônjuge), a chefia feminina chegava a 92%.
>> 3,7 milhões de mulheres estavam desocupadas. A taxa de desocupação feminina foi de 7,7%, contra 5,3% da dos homens. Quase um quarto (23,2%) das mulheres negras estava em uma das três categorias de mão de obra subutilizada.
>> Elas ganharam R$ 762,00 a menos que os homens, em média. Em termos percentuais, cerca de 22% menos que eles. Entre as pessoas com ensino superior, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 2.899,00.
>> Entre diretores e gerentes, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 3.328,00 o que equivale a cerca de
R$ 40 mil, em um ano.
>> Homens não negros ganhavam 115% a mais que mulheres negras. Entre o 1% mais bem remunerado, as mulheres foram minoria: 22%.
>> Por ano, as mulheres gastam o equivalente a 21 dias a mais que os homens trabalhando em tarefas domésticas.
DESEMPREGO E SUBEMPREGO
>> Em 2024, a taxa de desocupação ficou em níveis historicamente baixos. A feminina foi de 7,7%, contra 5,3% para os homens, no 3º trimestre. No caso das mulheres negras, a desocupação atingiu 9,3%, muito maior que a dos homens não negros (4,4%).
RENDIMENTO
>> O rendimento médio das mulheres ficou 22% abaixo do dos homens. Elas receberam, em média, R$ 2.697,00 e os homens,
R$ 3.459,00.
>> O rendimento médio dos homens não negros (R$ 4.536) foi, em média, mais do que o dobro do das mulheres negras (R$ 2.105), o correspondente, em termos percentuais, a 115%.
>> Entre os ocupados com ensino superior completo, a diferença foi ainda maior: 27%. Em média, as mulheres que concluíram o ensino superior ganhavam R$ 2.899,00 a menos do que os homens com o mesmo nível de educação. Já o rendimento médio das mulheres negras com ensino superior foi de R$ 3.964,00; o das mulheres não negras, de R$ 5.478,00.
>> Quando se compara rendimento médio das mulheres negras (R$ 3.964,00) e o dos homens não negros (R$ 8.849,00), a diferença é de R$ 4.885,00. E mais: quanto mais alta a posição hierárquica no trabalho, maior a desigualdade.
>> Sobre cargos de direção, diretoras e gerentes mulheres ganharam, em média, R$ 6.798,00, enquanto os homens receberam R$ 10.126,00. A diferença de R$ 3.328,00 ao mês, em um ano, equivale a R$ 40 mil a menos para elas.
com informações do Dieese
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