A LUTA EM PAULO AFONSO

Presidente do Sincopa, Jurandir Roque, destaca os desafios da categoria

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Seguindo as entrevistas no site da FEC Bahia, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Paulo Afonso e Região (Sincopa), Jurandir Roque, fala sobre o comércio local, o governo Lula e os desafios da entidade e da categoria.

FEC Bahia – Como você avalia o comércio de Paulo Afonso e região?  

Jurandir Roque – É um comércio relativamente grande, com a presença de empresas de médio e grande porte. Nesses últimos cinco anos, chegaram os atacadões Assai e Economart, que se juntaram ao G Barbosa. Temos que conduzir a luta com esses grandes, que já possuem uma forma de se relacionar com os sindicatos, e a mentalidade ainda conservadora dos empresários locais, que veem a entidade como inimiga.

FB – Como avalia a atual convenção assinada pelo sindicato?

JR – Foi muito boa. Na segunda maior cidade da região, Ribeira do Pombal, houve uma divisão entre os setores lojista e de supermercados. Assinamos duas convenções, da mesma forma que em Paulo Afonso e Euclides da Cunha. Temos cinco convenções assinadas, garantindo a manutenção das cláusulas sociais e bons reajustes. Seguramente, é reflexo do novo momento com o governo Lula, que valorizou o salário mínimo, influenciando as negociações nas categorias, especialmente com relação aos pisos salariais. Confiamos que será melhor ainda em 2024.

FB – Qual a expectativa sobre o novo momento político, com o governo Lula?

JR – A melhor possível. Podemos ter a revogação de pontos absurdos da Reforma Trabalhista, como as contribuições dos trabalhadores para os seus sindicatos. Vemos sinalizações para melhorar o trabalho com carteira assinada. A volta do Ministério do Trabalho cria um reforço na fiscalização e mediações de conflitos trabalhistas. Precisa avançar para a volta das homologações nos sindicatos. Sabemos que o Congresso Nacional atual é mais conservador, mas o aumento da popularidade de Lula vai ajudar a pressionar por essas mudanças. Temos muito que lutar e entidades como a FEC Bahia ganham mais importância para integrar as pautas das categorias.

FB – Quais são as principais bandeiras de luta do sindicato?

JR – A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem redução de salário), que é uma bandeira de todo movimento sindical. Destaco ainda a luta pela aplicação da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, maior empregabilidade e valorização do piso salarial no comércio. E trabalhar junto à categoria essas duas realidades empresariais (grandes grupos organizados e empresas locais com pensamento conservador), que influenciam o pensamento da categoria. É importante melhorar a sua compreensão sobre o papel do Sindicato em sua defesa e sobre essa ideia de achar que o comércio é uma passagem e que a profissão não é algo duradouro e para fazer carreira.

FB – Uma mensagem para a categoria comerciária de Paulo Afonso e região!

JR – Trabalhamos por uma total sintonia da categoria nas cidades da base do Sincopa. Que os comerciários e as comerciárias se engajem nas ações e lutas da sua entidade, e conheçam melhor o trabalho que desenvolvemos através do nosso site e das nossas redes. Hoje, com as tecnologias e a internet isso se torna mais fácil. Conclamamos a você, que trabalha no comércio, que se associe ao sindicato, pois o peso dos problemas é maior quando estamos sozinhos. Com a entidade, podemos mudar realidades, equilibrando mais a relação entre patrões e empregados, sempre avançando para melhorar a vida da categoria. Estamos nos empenhando diariamente para melhorar essa relação e oferecer mais para nossos representados. Fazemos assembleias itinerantes para ouvir a categoria, em sua maioria de jovens, que precisam conhecer o trabalho do sindicato, e até fazer parte da entidade no futuro. Obrigado à FEC por esse espaço.

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