PAGANDO CARO

"Juros altos enfraquecem comércio e prejudicam comerciários", diz Jairo

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Segundo economistas, a taxa de juros muito elevada no Brasil desestimula o consumo e torna o crédito mais caro, enfraquecendo o comércio e prejudicando vendedores e vendedoras, por dificultar as vendas. Para o economista e professor da FAC-SP, Rodrigo Simões, juros elevados por um longo tempo produzem duplo efeito. “Primeiro, o crédito para capital de giro fica mais caro para o comércio varejista. E, segundo, com este patamar da Selic, a economia desacelera. Logo, o consumo diminui e o comércio passa a vender menos”, explica.

Presidente da FEC Bahia e dirigente dos Comerciários de Itabuna, Jairo Araújo critica a irresponsabilidade do Banco Central. “Todo o esforço do governo Lula, com medidas para reaquecer a economia, tem esbarrado na política nociva de Roberto Campos Neto. A redução da Selic a conta gotas tem reflexo direto no comércio, que encontra dificuldades com as taxas absurdas. Clientes têm, cada vez menos, acesso ao consumo por conta desses juros, principalmente nas compras a crédito”, pondera.

De acordo com Jairo, o resultado dessa política é desastrosa para o comércio. “Vemos redução das vendas, pouca empregabilidade, aumento da informalidade, precariedade nas relações de trabalho e mais exploração dos comerciários. Com juros baixos, as vendas crescem, as comissões melhoram e as empresas contratam mais”, destaca.

JUROS x ENDIVIDAMENTO

Rodrigo Simões chama atenção para relação do tema com o endividamento das pessoas. “Além disso, os consumidores também realizam menos empréstimos e financiamentos, opções utilizadas para a compra de eletrônicos e eletrodomésticos, por exemplo. E mantém a inadimplência grande no Brasil, pois os consumidores preferem pagar as dívidas em vez de utilizar o dinheiro no consumo”, enfatiza.

Estudo da Serasa Experian mostra que em cinco anos, o número de brasileiros inadimplentes passou de 59,3 milhões para 70,1 milhões, um recorde na série histórica. O valor das dívidas também cresceu. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30. Em janeiro de 2018, era R$ 3.926,40, um crescimento de 19% no período.

com informações da CNN

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